Os cânceres gastrointestinais superiores (CGS), como o do esôfago, são comumente diagnosticados tardiamente. O que contribui com as baixas taxas de sobrevida em 5 anos desses pacientes, em todo o mundo.

A falha no diagnóstico pelo médico endoscopista chega a 12% e, assim como isso nos preocupa, também deve te preocupar, não é mesmo?

 Mas, em relação ao CEC no esôfago, pequenos ajustes no exame podem ajudar a melhorar a eficiência do diagnóstico. Continue a leitura e saiba quais são eles.

Dificuldade de diagnóstico de CGS pelos médicos

Um estudo escocês revelou que cerca de 27% dos casos não diagnosticados de CGS são devido a erros do patologista. Os outros 73% são resultado de uma variedade de erros do endoscopista, como:

  • Não conseguir detectar uma lesão;
  • Detectar uma anormalidade, mas não fazer uma biópsia;
  • Biópsias insuficientes; 
  • Atrasos no acompanhamento.

Quais são as maiores dificuldades técnicas de diagnóstico do CEC no esôfago?

As lesões sutis da mucosa são características do CEC precoce de esôfago, daí a dificuldade de percebê-las durante uma endoscopia de rotina. Um estudo de 2017 mostra que cerca de 50% dos pacientes não são diagnosticados nesse estágio.

Na CEC, também há pequenas alterações de relevo, que são percebidas como deformações microvasculares (intra papilar capillary loops– IPCLs). Os IPLCs  representam as alterações epiteliais precoces e, quando observados atentamente através de um endoscópio de alta definição, podem permitir um diagnóstico precoce dessa condição.

No entanto, a observação dos IPCLs também é um grande problema devido à sobreposição de cor da mucosa rósea e dos IPCLs vermelhos.

Dicas para ajudar a melhorar a eficiência do diagnóstico

Em primeiro lugar, o uso da cromoscopia óptica ou digital (como o NBI, o BLI e o i-Scan) é capaz de facilitar e realçar o contraste dos IPCLs, dobrando a capacidade diagnóstica. Utilizando a mesma, siga os processos:

  1. Lavagem e aspiração do esôfago;
  2. Ao encerrar o procedimento com o aparelho de luz branca, retire-o com a cromoscopia ligada, conferindo com cautela o esôfago.

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▪ Endorp Endoscopia&Diagnóstico

Fontes:

Menon S, Trudgill N. How commonly is upper gastrointestinal cancer missed at endoscopy? A meta-analysis. Endosc Int Open, 2014.

Yalamarthi S, Witherspoon P, McCole D. et al. Missed diagnoses in patients with upper gastrointestinal cancers. Endoscopy. 2004

Morita FHA, Bernardo WM, Ide E, Rocha RSP, Aquino JCM, Minata MK, et al. Narrow band imaging versus lugol chromoendoscopy to diagnose squamous cell carcinoma of the esophagus: A systematic review and meta-analysis. BMC Cancer [Internet]. 2017.

 Inoue H, Kaga M, Ikeda H, Sato C, Sato H, Minami H, et al. Magnification endoscopy in esophageal squamous cell carcinoma: A review of the intrapapillary capillary loop classification. Ann Gastroenterol. 2015;28(1):41–8.

Pontual JP, Dica Rápida e Simples que Salva Vidas: Identifique Precocemente o Carcinoma de Células Escamosas (CEC) no Esôfago, Endoscopia Terapeutica; 2022. Disponível em: https://endoscopiaterapeutica.com.br/assuntosgerais/dica-rapida-e-simples-que-salva-vidas-identifique-precocemente-o-carcinoma-de-celulas-escamosas-cec-no-esofago/

 Ide E, Maluf-Filho F, Chaves DM, Matuguma SE, Sakai P. Narrow-band imaging without magnifcation for detecting early esophageal squamous cell carcinoma. World J Gastroenterol. 2011;17(39):4408–13.

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