Cerca de 10 a 20% dos indivíduos com cálculos biliares sintomáticos apresentam cálculos no ducto biliar comum (CDBC), e isso resulta em potenciais problemas de saúde como infecção, pancreatite aguda e icterícia.

O diagnóstico de coledocolitíase pode ser dado por exames de imagem, enquanto muitas opções são viáveis para o tratamento, como: colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE), cirurgia e métodos radiológicos de extração de cálculos.

Para facilitar o manejo da coledocolitíase pelos profissionais de saúde, reunimos neste artigo algumas das novas diretrizes no tratamento dos pacientes. Continue a leitura e se atualize.

Princípios gerais na gestão da coledocolitíase

Estudos mostram que entre 2 a 4% dos pacientes que apresentam cálculos na vesícula biliar, desenvolvem os sintomas ao longo de um ano. No entanto, para aqueles com CDBC, há muito menos dados e as complicações podem ser fatais, incluindo:

  • Dores;
  • Obstrução biliar parcial ou completa;
  • Icterícia obstrutiva;
  • Colangite;
  • Abscessos hepáticos;
  • Pancreatite;
  • Cirrose biliar secundária.

Por isso, é recomendado que pacientes diagnosticados com CDBC, em especial os sintomáticos, se submetam a cirurgia para a extração dos cálculos, se possível. 

Tratamento endoscópico na coledocolitíase

A CPRE é um tratamento eficaz para a CDBC, sendo uma técnica minimamente invasiva. Com sua utilização, altas taxas de desobstrução dos ductos são possíveis, entretanto, há potenciais efeitos adversos conhecidos.

Um estudo observacional mostrou que mais de 5% dos pacientes submetidos à CPRE apresentaram algum tipo de complicação, incluindo pancreatite aguda, sangramento, perfuração e sepse biliar. 

As novas diretrizes recomendam que a CPRE deve ser realizada com sedação (propofol) ou anestesia geral, para aqueles pacientes com maior tolerabilidade e probabilidade de sucesso terapêutico.

Profilaxia de pancreatite pós-CPRE

A pancreatite aguda é uma complicação bem conhecida da CPRE, tendo uma incidência de 1-20% segundo a literatura. A abordagem profilática mais bem aceita é o uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs).

Ensaios clínicos randomizados demonstraram efeitos benéficos no uso de AINEs retais (100 mg de indometacina ou diclofenaco). As novas diretrizes recomendam o uso de AINEs para todos os pacientes que se submeterão à CPRE se não tiverem contraindicação. 

Coagulopatia antes da esfincterotomia

Em pacientes que passaram por esfincterotomia biliar para cálculos ductais é recomendado um hemograma completo, com a Razão Normalizada Internacional ou tempo de protrombina, antes da CPRE.

Papel da colangioscopia

Nos casos em que nenhuma outra opção de tratamento endoscópico consiga levar à desobstrução do ducto, é recomendado que a litotripsia eletrohidráulica ou litotripsia a laser guiada por colangioscopia seja considerada.

As recomendações acima refletem as novas mudanças no manejo da coledocolitíase e fornecem orientações atualizadas aos profissionais de saúde, que estão envolvidos no tratamento de pacientes com CDBC.

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▪ Endorp Endoscopia&Diagnóstico

Fontes:

Williams E, Beckingham I, El Sayed G, et al Updated guideline on the management of common bile duct stones (CBDS) Gut Published Online First: 25 January 2017.

Attili A. F., et al. The natural history of gallstones: the GREPCO experience. The GREPCO Group. Hepatology 1995;21:655–60.

Dasari B.V., et al. Surgical versus endoscopic treatment of bile duct stones. Cochrane Database Syst Rev 2013;(12):CD003327.

Williams E. J., et al. Are we meeting the standards set for endoscopy? Results of a large-scale prospective survey of endoscopic retrograde cholangio-pancreatograph practice. Gut 2007;56:821–9.

Elmunzer BJ., et al. A randomized trial of rectal indomethacin to prevent post-ERCP pancreatitis. N Engl J Med 2012;366:1414–22

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