Em terceiro lugar na incidência de cânceres no mundo, o câncer gástrico (CG), em grande parte, tem seu diagnóstico dado em fases tardias da doença. Isso pode ser demonstrado pela expectativa de vida dos pacientes: somente 25% deles vivem 5 anos.
Desde 2005, o sistema Operative Link on Gastritis Assessment (OLGA) é utilizado para classificar e determinar a fase de desenvolvimento da gastrite de longa duração, um fator de risco para o CG.
Da mesma forma, o sistema Operative Link on Gastric Intestinal Metaplasia Assessment (OLGIM) foi proposto com o objetivo de reconhecer de forma mais fácil e consistente, o câncer gástrico.
Como dito anteriormente, o CG tem duas características importantes: alta prevalência e mau prognóstico. Isso significa que a detecção de grupos de risco e prevenção precoces são essenciais para a boa condução da doença. Como o OLGA e OLGIM poderiam facilitar nesse processo?
Se você quer entender melhor como identificar os grupos de risco para CG, continue a leitura.
Quais são os fatores de risco para Câncer gástrico?
O trabalho de Correa e cols. sugeriu que o CG do tipo intestinal, é resultado de mudanças na estrutura da mucosa gástrica, levando a atrofia e metaplasia. Da mesma forma, outros estudos já haviam mostrado que a alta incidência de CG está presente em pacientes com gastrite atrófica (classificado pela sistema OLGA) e/ou metaplásica grave (classificado pelo sistema OLGIM).
Como os sistemas OLGA e OLGIM podem ajudar na detecção de grupos de risco?
Esses sistemas são utilizados a partir de achados histopatológicos de biópsias gástricas. Através deles é possível avaliar as extensões das alterações metaplásicas intestinais ou o grau de atrofia, relacionadas ao desenvolvimento do CG.
As biópsias devem conter pelo menos dois fragmentos dos seguintes locais:
- Na parede anterior e posterior do corpo;
- Na incisura angular.
As classificações, como mostradas abaixo, são de fácil execução e entendimento, facilitando o rastreamento de grupos de risco.
A classificação do sistema OLGA
De acordo com o resultado das biópsias, o escore OLGA em pacientes com gastrite atrófica é classificado como mostrado abaixo:
A classificação do sistema OLGIM
Em pacientes com metaplasia intestinal, a classificação é a seguinte:
As classificações de OLGA e OLGIM e o risco de Câncer gástrico
Muitas publicações já mostraram que os pacientes com estágios 3 e 4 de OLGA apresentam maior risco para o desenvolvimento do CG. Além disso, em alguns estudos as lesões neoplásicas só foram observadas nos estágios supracitados.
Metanálise ainda mais recente envolvendo 2700 pacientes demonstrou risco maior de CG em estágios de OLGA e OLGIM 3 e 4, ressaltando a importância da realização das biópsias.
Portanto, as informações acima destacadas demonstram a importância de identificar grupos de alto risco. Uma vez detectados, a implementação de estratégias de intervenção precoce, poderiam melhorar o prognóstico do CG.
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