A ultrassonografia endoscópica é uma técnica usada para avaliar doenças digestivas e é minimamente invasiva. 

Essa técnica é combinada com a aspiração ou biópsia por agulha fina de líquido e tecido para classificar neoplasias luminais, bem como avaliar lesões pancreáticas, biliares e subepiteliais. 

A necessidade de melhores testes diagnósticos para cistos pancreáticos levou a criação e desenvolvimento de dispositivos de biópsia em miniatura como a pinça Moray.

O que é a pinça Moray?

A pinça Moray foi desenvolvida para ser utilizada em procedimentos endoscópicos e é uma nova ferramenta que pode ajudar a adquirir amostras de cistos pancreáticos e levar a um diagnóstico mais preciso e definitivo.

Em estudo, as amostras coletadas com a pinça Moray forneceram diagnóstico a cerca de 75% dos pacientes, contra 15,9% com o uso da citologia. Embora a citologia seja uma técnica importante para identificar cistos de alto risco, com uma especificidade relativamente alta, amostras de citologia difíceis ou subótimas podem impedir a identificação de um cisto pancreático de alto risco.

Por que a pinça Moray é o futuro?

Atualmente, a modalidade padrão para a avaliação de cistos pancreáticos com o objetivo de triar os pacientes para a cirurgia ou acompanhamento clínico é a aspiração guiada por ultrassom endoscópico de líquido do cisto pancreático.

Todavia, na maioria dos casos, um diagnóstico definitivo só pode ser dado por análise do líquido do cisto pancreático para mutações GNAS (para neoplasmas mucinosos papilares intraductais) ou VHL (para cistoadenoma seroso).

A biópsia por pinça Moray permite a coleta simultânea de tecido do cisto pancreático durante o procedimento, de forma a fornecer uma amostra histológica para ser analisada, além do líquido do cisto pancreático.

Desempenho diagnóstico da análise convencional do líquido do cisto pancreático vs. biópsia por pinça Moray

Um estudo de 2018 comparou o desempenho diagnóstico do método convencional e da biópsia por pinça Moray e demonstrou um desempenho comparável no diagnóstico de cistos mucinosos e na detecção de cistos de alto risco. 

Porém, o uso da pinça Moray foi 2,7 vezes superior no diagnóstico de cistos específicos entre todos os cistos e aqueles medindo menos de 3 cm de tamanho.

Para o manejo do paciente, a diferenciação entre cistos específicos é fundamental. Neste estudo que citamos acima, por exemplo, o uso da pinça diagnosticou 3x mais neoplasmas mucinosos papilares intraductais pela ausência de estroma subepitelial do tipo ovariano e presença de epitélio mucinoso. Assim como de uma neoplasia cística mucinosa pela presença do estroma subepitelial do tipo ovariano. 

A diferenciação desses dois tipos de cistos mucinosos, só foi possível com a adição da biópsia por pinça Muray.

Outros estudos também demonstraram um bom desempenho e excelente perfil de segurança da biópsia por pinça Muray. Portanto, essa ferramenta pode ser útil e auxiliar na avaliação guiada por ultrassom endoscópico para o diagnóstico pré-operatório e manejo de cistos pancreáticos.

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▪ Endorp Endoscopia&Diagnóstico

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