Um estudo brasileiro e estadunidense estudou a efetividade da coagulação plasmática de argônio para recuperar o peso em pacientes com bypass gástrico em Y de Roux, de 8 centros bariátricos (2 estadunidenses e 6 brasileiros).

INTRODUÇÃO

Vários estudos já evidenciaram que até 35% dos pacientes recuperaram certo peso após o bypass gástrico em Y de Roux. A definição de perda de peso ou quando a recuperação de peso se torna significativa é altamente variável, e não há critérios aceitos. No entanto, a população superobesa é mais vulnerável à recuperação de peso do que os pacientes com índice de massa corporal (IMC) inferior a 50 kg/m². 

Acredita-se que uma combinação de componentes genéticos, anatômicos, comportamentais e psicológicos contribua para a recuperação de peso nesses pacientes. Entre esses, o aspecto anatômico apresenta bolsa gástrica alargada, gastrojejunostomia dilatada, ou ambos, o que por sua vez resulta em falta de restrição. Dentre as várias opções de revisão, as abordagens endoscópicas existem para direcionar este fator anatômico, incluindo sutura endoscópica, clipping e escleroterapia.

O plasma de argônio é um método de eletrocoagulação sem contato e energia de radiofrequência em formas de gás ionizado aplicado ao tecido. Isso resulta em coagulação térmica superficial, sendo muito eficaz para hemostasia. Devido a esta característica, é amplamente utilizado desde o tratamento da tuberculose endobrônquica ao sangramento gastrointestinal. Quando usado em pacientes com bypass, esse método mostrou reduzir o diâmetro da anastomose gastrojejunal a curto prazo.

MATERIAIS E MÉTODOS

Após aprovação do conselho de revisão institucional em cada um de oito centros bariátricos, os autores realizaram uma revisão retrospectiva do gráfico de 558 pacientes submetidos ao procedimento de coagulação por plasma de argônio entre 31 de julho de 2009 e 29 de março de 2017. 

O plasma de argônio foi realizado em pacientes que recuperaram mais de 10% do seu peso após o procedimento de bypass,  possuíam mais de 18 meses desde o procedimento primário de bypass, queixavam-se de falta de saciedade e quando o tamanho da anastomose de gastrojejunostomia foi maior que 15 mm. 

Para saber detalhadamente a respeito do protocolo da técnica de plasma de argônio, leia a metodologia do artigo na íntegra.

RESULTADOS

Todos os centros bariátricos apresentaram distribuição semelhante em gênero (p = 0,70). Enquanto a maioria dos centros foi semelhante em idade basal e IMC, três centros apresentaram idade média mais alta do que outros centros, um centro apresentou maior IMC médio e outro menor IMC médio em comparação com outros centros. No total, 81,5% dos indivíduos eram do sexo feminino com idade média de 40,9 anos, e seu IMC médio no momento do procedimento foi de 34,0 kg/m².

Os detalhes do bypass inicial não estavam disponíveis para todos os pacientes, e muitos pacientes relataram o ano de seu procedimento. Portanto, o meio do ano (1º de julho) foi utilizado para calcular o período entre bypass e plasma de argônio nesses pacientes. A mediana do número de anos entre os dois procedimentos foi de 7,5 anos. Muitos pacientes foram submetidos ao plasma de argônio várias vezes, e o número médio de intervenção nesses pacientes foi duas vezes. 

No entanto, a tendência da perda de peso foi registrada usando a primeira intervenção com o plasma de argônio como linha de base. O tamanho médio da gastrojejunostomia antes da intervenção foi de 24,4 mm, diminuindo para 14,0 mm após a intervenção. A diferença foi estatisticamente significativa (p < 0,0001). O tamanho médio da gastrojejunostomia no momento da intervenção não foi correlacionado com o IMC basal (p = 0,67). 

CONCLUSÃO

O estudo concluiu que a técnica de plasma de argônio pode ser útil na redução do peso recuperado após o bypass gástrico em Y de Roux, e os pacientes apresentaram uma perda de massa corpórea total de 6–10% aos 12 meses. Entretanto, mais ensaios clínicos randomizados seriam necessários para validar esses achados.

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